quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Para que não se perca

Hoje acordei pensando no menino das panelas. Chamo ele assim mas poderia chamá-lo de menino maluquinho, no melhor sentido que possa existir chamar alguem dessa forma.

Eis o menino que um dia cruzou o meu caminho à beira do mar, chamando-me para um pôr-do-sol e pra fazer a cabeça. Me fiz. O cabelo encarolado enorme como uma juba de leão, os pés soltos balançando sob o mar, os olhos perdidos na aquarela de cores apresentadas no horizonte. ó a cor verde ali e diversas cores surgiram entre os nossos olhares. O sol se pôs, o papo iniciou e tardou a findar.

Um abraço apertado e um beijo no rosto ontem à noite, fizeram ressurgir a energia daquele pôr-do-sol e a vontade de escrevê-lo aqui. Escrever para mim, em diversos momentos, é reviver momentos e perpetuá-los na minha existência. Escrevo sobre esse menino pra nunca mais perdê-lo de vista (da sua, da minha) Pelos seus olhos e pelo seu sorriso meio embriagado quero perder-me, fazendo a cabeça e um pôr-de-sol esverdeado.

sábado, 17 de outubro de 2009

Esse não é um conto pra ser escrito nem lido num sábado a tarde. Mas as memórias deste menino vem com tanta força ao meu corpo ao meu espirito que os dedos ansiosos teclam sem parar.

Quando nos conhecemos, eu ainda era adolescente e ele um pouco mais velho, 20 e poucos anos já de barba na cara. O que mais me atraía nele era a barba escura, bem preta, meio descuidada, sempre por fazer; vezenquando ficava horas admirando aquela barba e tendo pensamentos como esses que me povoam as 12h45 de um sábado iluminado. o que mais desejava era roçar meu rosto ainda sem pelos naquele rosto barbudo e fazer com que ele passasse em revista todo o meu corpo com seus grossos fios que juntos eram um tanto quanto macios. Quando ele durmia aqui em casa, eu aproveitava seu sono pesado e passava minha mão em sua barba perdendo horas num movimento como se afagasse um gato. Certa noite acordei com ele me chamando, falava bem baixinho encostanto sua boca no meu ouvido, chamando meu nome de uma forma bem carinhosa. Ao abrir os olhos encontrei os seus bem de frente dos meus e num impulso puxei o lençol cobrindo todo meu rosto. Devagarzinho ele puxou o lençol, pegou minha mão e levou até o o seu rosto e apertando de leve minha mão solicitou um afago. Esse foi nossa primeira intimidade...