sábado, 25 de abril de 2009

"Por esse pão pra comer,
por esse chão pra dormir.
A certidão pra nascer,
e a concessão pra sorrir.
Por me deixar respirar,
por me deixar existir."


É essa fome que me faz acordar pro dia tumultuado de encontros e desencontros, filas e guichês vazios, de ônibus lotados de trabalhadores responsáveis pelo rodar do mundo, de sorrisos entristecidos e botocados. É essa fome que me faz acordar antes do galo pra encarar uma turma cheia de alunos, horas dentro de ônibus que vão apressados pelas avenidas pulando quebra-molas invadindo sinais. É essa fome que me faz passar horas estudando diante de um computador que ameaça parar a qualquer instante, que me faz refletir o sentido de tudo isso aqui, que me faz discutir novas possibilidades de mundo. É essa fome que me leva até a cozinha preparar o alimento de cada dia, esquentar os pães, repartir o verbo, requentar o café.

é essa fome que me dói o estômago, que me faz mais homem e mais humano.

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